Cadastre-se e receba com exclusividade nosso informativo de novidades por e-mail!

PICO DA VARGEM GRANDE: TRAVESSIA TAIAÇUPEBA – PARANAPIACABA - Página 2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Seg, 24 de Outubro de 2011 21:56
Índice do Artigo
PICO DA VARGEM GRANDE: TRAVESSIA TAIAÇUPEBA – PARANAPIACABA
Página 2
Todas as Páginas

Subindo mais um pouco a picada me levou as nascentes daquele córrego, já num terreno meio nivelado da encosta, onde a agua despencava numa sucessão de lajotas inclinadas. Pois bem, aqui reparei q a trilha, após o córrego, seguia pro sul e se afastava da montanha. Tentei buscar uma trilha q subisse a crista ascendente mas nada. Teria q subir a montanha na raça mesmo. Mesmo sem bússola na mão sabia q minha direção a tomar era pra direita do córrego, encosta acima. Pequenas janelas na vegetação tb confirmavam isto pois conseguia avistar as montanhas na ecosta oposta á estrada.

Pois bem, a partir dali simplesmente fui subindo a encosta de mato, sempre desviando das voçorocas de bambuzal seco q haviam aos montes. Por precaução fui deixando marcações de plástico pra me auxiliar na volta, afinal onde quer q se olhasse parecia ser a mesma coisa e me perder ali era meio fácil. Ai, q falta me fez a bússola!!! O inicio da subida daquela larga crista ascendente foi meio q tranqüilo, pois a declividade não era tão apertada conforme supunha. Mas depois de um tempo e após os densos bambuzais ela apertou, felizmente no momento em q descobri vestígios de uma precaria trilha q ia na direção desejada, menos mal. Ao menos me livrava dos inconvenientes cipozinhos finos no caminho q grudavam na pele feito velcro q deixaram meus braços repletos de“chicotadas”. E assim fui tocando montanha acima sem gde dificuldade.

As 11:40hrs alcancei o topo da montanha, enfim. Era o topo pois simplesmente não havia mais o q subir em qq direção q fosse. Conforme imaginei era td florestado, sem margem de apreciar nada, embora pequenas frestas na vegetação possibilitassem flashes parciais do domo rochoso da bela Pda Gde de Quatinga, reluzindo ao sol daquele horário. O único q cunhava de diferente aquele largo topo eram duas pequenas marcações de cimento sem inscrição alguma. Perscrutei rapidamente em tds as direções atrás de vestígios de trilhas e os poucos q encontrei terminavam dando em nada, motivo pelo qual voltei pelo mesmo caminho, claro! Quem sabe numa outra ocasião, bem mais preparado e equipado, decida percorrer td aquela crista rumo norte? Fica ai a dica.
A volta foi feita praticamente na metade do tempo da ida e sem as gdes dificuldade q imaginei ter, tanto q nem atentei pras marcações q deixara pelo caminho. Afinal bastava simplesmente descer ate o som do córrego q pra mim serviu de referencia, onde cheguei depois do meio-dia. Descansei um pouco às margens daquela boa agua e retomei a pernada agora pela trilha obvia q havia descoberto, andando em nível pelo mato aparentemente sentido sul.
E la fui eu naquela picada no meio do mato q após um tempão subindo e descendo encostas emergiu no aberto ate cair numa bifurcação. Tomei a errada q me levou á casa abandonada de um caboclo no mato me obrigando a retornar e tomar o ramo certo, q por fim começou a descer interminavelmente ate se tornar praticamente uma estrada, larga e plana. Resumindo, a vereda me largou na estrada principal, um pouco depois do tal Sitio Aguas Claras, as 12:45hrs.
Retomando o caminho pela mesma estrada do inicio do dia agora cercado de sombra, deixei a mesma (q virava pra esquerda) um pouco depois em favor de uma vereda q descia pro sul. Picada esta bem erodida q fazia questão de mostrar sua vocação de trilha de motos, pois marcas das mesmas estavam aos montes. Não sei se me mantivesse na estrada principal teria dado no mesmo lugar q terminei caindo, só sei q essa é mais uma daquelas decisões q simplesmente estalam na sua cabeça, sempre cunhadas de bom senso e alguma experiência. Só sei q a trilha q tomei desceu suave e interminavelmente em meio a muito brejo, charco e simpesmente foi descendo o lado oposto do selado visto pela manhã.
Dessa forma fui caindo em terreno cada vez mais aberto até torná-lo parcialmente identificável. Estava já nos domínios da Fazenda Quilombo (ou Faz. Matarazzo) pois já reconhecia os morros florestados de eucaliptos de outras ocasiões. A trilha desembocou numa precária estrada q simplesmente tocou pra sudoeste, ou seja, sentido desejado. Ao mesmo tempo em q acompanhava as borbulhantes nascentes do Rio Taiaçupeba, q ia aumentando de volume conforme avançava, já q á suas águas somavam-se as de inúmeros afluentes despencando da morraria ao redor.
E assim alcancei um trecho onde a precária estrada deserta cruzava o raso rio e seguia em frente, um trecho q eu já conhecia. Pois bem, pra fazer diferente resolvi seguir pelo rio, q aqui descia tão acidentado qto encachoeirado. E la fui eu, desescalaminhando pedras, me espremendo feito calango por inúmeros quebra-corpos entre as rochas ou simplesmente andando pela margem lajotada. Francamente, este trecho é bem bonito, repleto de cachus e belos poços. Qq dificuldade de avanço aqui seria facilmente tranposta pois bastava escalar a encosta a minha direita q terminaria dando na estrada. Entrentanto, como o avanço era possível sem gde dificuldade (por assim dizer) me mantive pelo leito pedregoso do rio.
Pois bem, após um trecho de desescalaminhadas e tals, cheguei num lindo remanso onde um enorme piscinão repousava ao sopé de uma gigantesca rocha coberta de bromélias e cipós. Claro q as 13:45hrs estacionei um tempo ali pra me presentear com um belo tchibum como vim ao mundo, afinal não é sempre q se tem um lugar desses pra si próprio. Só torci pra ninguém ter vista dali da estrada, pq senão teria uma paisagem medonha do meu alvo e combalido derriére.
Retomei a marcha meia hora depois andando o restante plano e raso do rio, aqui já manso e facil de andar, ate finalmente sair dele pra tomar a estrada ate a entrada da fazenda. A partir dali seria uma entediante via-sacra de quase 8km de estrada de chão, sob forte sol. Mas dane-se, quem ta na chuva é pra se molhar! O dia já tava ganho mesmo. E la passei pelo Simplão, a Cachu da Macumba, o vilarejo do Taquarussú e finalmente cheguei nela, a vila de Paranapiacaba, as 15:50hrs, repleta de turistas de ocasião naquela muvuca típica de domingo. E qual a supresa de la encontrar o Carlão, q guiava um grupo pra Pedra Gde e por pouco não nos topamos no caminho. Pois é, vida trilheira é um mundo pequeno mesmo. E lá ficamos um tempo tomando umas brejas geladas no Lgo dos Padeiros, enqto colocávamos a conversa em dia, so vazando pra casa algo de duas horas depois.

E assim transcorreu a jornada dominical ao Pico da Vargem Grande, uma montanha desconhecida porém respeitável q mostrou-se mais facil de alcancar q o previsto. É verdade q a esticada com a pernada sentido Paranapiacaba deu um “plus” ao bate-volta com direito a banho refrescante nas plácidas águas do Rio Taiacupeba. Uma combinação de altos e baixos ideal prum dia de sol. Mas nada impede de prosseguir jornada pela crista do Vargem Grande, conforme mencionado anteriormente, sentido nordeste. Claro q ai deve-se carregar td agua possível pois aquelas cumeadas carecem do precioso liquido. Mas certamente deve resultar numa outra jornada tão perrengueira qto interessante. Pois é, aqui opção trilheira é o q não falta, provando mais uma vez q não é necessário ir demasiado longe pra encarar desafios “montanheiros” de final de semana.


Jorge Soto
http://www.brasilvertical.com.br/antigo/l_trek.html
http://jorgebeer.multiply.com/photos



 
Apoio
Divulgação
© 2008 - Brasil Vertical Escalada e Montanhismo