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Escalada da Pedra da Agulha, Pancas/ES: o maior monolito em forma de agulha no Brasil - Página 2 PDF Imprimir E-mail
Escrito por Claudia Faria   
Seg, 22 de Agosto de 2011 13:03
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Escalada da Pedra da Agulha, Pancas/ES: o maior monolito em forma de agulha no Brasil
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QUARTO DIA: A GRANDE SURPRESA

Claudia: "Subimos um total de 300 metros, todos em livre. Estávamos com energia!

Levamos muita água, porém, como o dia estava nublado, acabou sobrando e deixamos uma reserva na parede.

Avistamos todas as fazendas ao redor da agulha. Desde o primeiro dia, ouvíamos um ronco assustador que vinha da mata. Hoje descobrimos que era dos macacos que vimos no topo das árvores no pé da montanha.

Quando pareceu que estávamos no meio da escalada, tínhamos gasto trinta e três chapeletas, um grampo P e todas as sete cordas fixas.

Após três horas de descida com rapel, ficamos tristes ao olhar a via de sua base. Teríamos aproximadamente mais de 400 metros de parede para escalar e só nos restavam dez grampos P e oito chapeletas. Parecia que a escalada havia terminado ali. Nos sentimos derrotados pela imensa muralha de granito lisa que tínhamos pela frente e nossa pouca quantidade de grampos para enfrentá-la.

Apenas no final da parede, parecia ter alguma chaminé e fenda até o cume."

imagem1QUINTO DIA: CAMARADAGEM DOS MONTANHISTAS

'Quanto maior o problema, mais forte a cabeça dos homens.'(Gustavo Silvano)

Claudia: "Gustavo fez contato com Oswaldo, um escalador em Vitória/ES, a 150 quilômetros de Pancas. Ele concordou imediatamente em enviar vinte e quatro chapeletas para nos ajudar, mas não sabia como nos enviá-las da capital capixaba. Por milagre, descobrimos um motorista da Prefeitura de Pancas que estava vindo de Vitória naquele mesmo dia.

Às 22 horas, o dedicado Secretário de Turismo Elson Augusto do Nascimento entregou pessoalmente as chapeletas na Pousada Ninho das Águias, nossa 'base' na cidade.

Gustavo ficou muito agradecido pela ajuda de todos e, agora, com as chapeletas nas mãos, tínhamos a esperança de terminarmos a escalada."

SEXTO DIA: O ATAQUE...            

Demoramos metade do dia para subir o que estava feito.

A outra parte do dia foi no sol para ganhar apenas 45m; para piorar nossa situação, um enxame de abelhas gigantesco passou zumbindo pelas nossas orelhas deixando-nos morrendo de medo, achando que havia uma colméia perto de onde estávamos batendo grampo e falando.

Quase fomos atacados, mas ficamos quietos e não falamos nada durante a descida, evitando acidentes com essas abelhas.

imagem3

SÉTIMO DIA: ALEGRIA

Mesmo o dia sendo ensolarado e sacrificante para quem está guiando, usando estribos, dando segurança, fazendo furo com a mão, com a furadeira, caindo pedra. Mesmo assim chegamos na base da chaminé em formato de S que queríamos alcançar, mas não dava para ver nem com binóculos se era profunda para podermos escalar sem bater grampo.

Agora já estávamos com 50% de via concluída no mínimo.

Um sistema de chaminé, fendas, fissuras, pequenas árvores na parede com aproximadamente 300m direto do cume.

Tínhamos acabado de descobrir, como diz Gustavo, "a primeira linha mágica da minha vida". E surgiu a idéia de homenagear um amigo, uma pessoa de muita importância para o montanhismo brasileiro.



Última atualização ( Seg, 22 de Agosto de 2011 14:15 )
 
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