Cadastre-se e receba com exclusividade nosso informativo de novidades por e-mail!

Escalada da Pedra da Agulha, Pancas/ES: o maior monolito em forma de agulha no Brasil - Página 4 PDF Imprimir E-mail
Escrito por Claudia Faria   
Seg, 22 de Agosto de 2011 13:03
Índice do Artigo
Escalada da Pedra da Agulha, Pancas/ES: o maior monolito em forma de agulha no Brasil
Página 2
Página 3
Página 4
Todas as Páginas

imagem2

Gustavo: "Parti leve, solto para o que seria a cordada mais importante da via. Bati uma chapeleta a 30 metros e escalei. A lua estava cheia e iluminou enormes blocos e árvores do platô secundário do cume da agulha.     

 Meia noite, dia 17 de julho de 2011 - estávamos chegando ao final da impressionante agulha de Pancas, um Big Wall de 600 metros".

Meio litro de água, uma lata de sardinha e um pacote de azeitonas o nosso jantar. Uma hora da manhã dormimos feito ursos no capim e acordamos às cinco horas com a alvorada do sol.

Todos os vales nevoados, as plantas com orvalho. Em cada gotinha na ponta das folhas, passávamos a língua para hidratar-nos em busca do precioso líquido.

Contornamos a língua de mato para a outra face da montanha, demos a volta perdidos na mata do cume. Chegamos todos arranhados no livro do cume da Chaminé Brasília. Tomamos banho de sol, Claudia achou um carrapato, trocamos o livro que já estava todo molhado e estragado.

Às oito horas em ponto, como o Gustavo havia dito para os moradores da região, algo incrível! Como os primeiros, soltamos o rojão. Passados alguns minutos, trabalhadores do cafezal gritavam para nós, Genésio e Gerson da Fazenda Romaz soltaram outro rojão!

Passado a euforia em ver todas as fazendas acompanhando nossa escalada, iniciamos a descida.

 O FINAL: 6 HORAS DE RAPPEL.

Iniciamos o rappel, o sol já estava quente. Deixamos uma fita no primeiro rappel em árvore.

Claudia: "Tive que esperar sem água, em baixo do sol, Gustavo bater um grampo na mão".

Para chegar na chaminé, abandonamos uma corda presa por dois mosquetões para servir de corrimão e nos aproximar da parede. A corda ainda está lá para os próximos escaladores.

Passamos pela chaminé, recolhemos os friends que havíamos deixado.

A cada cordada a mochila ficava mais pesada.

Já ao meio dia, puxando a corda percebemos que estava presa. Cansados e ambos desidratados, resolvi eu, Claudia, subir 40 metros para liberá-la. Gustavo já estava tão fraco que seu semblante era apático; um dia anterior ele abriu 200 metros de via, nada mal para um velhinho escalador com hérnia de disco e dezoito parafusos no braço!

Esse contratempo nos atrasou e nos expôs por um tempo maior sob o sol mais quente de um dia capixaba.

A sorte, e o que nos entusiasmava, era que no fim do próximo rappel, havia um litro de água esperando por nós, ótima estratégia, deixar água na parede, salvou nossas vidas. Também deixamos água na base da via.

Terminamos o rappel às 15 horas; exaustos, ainda tínhamos a trilha para encarar, cada um levando aproximadamente 50 kg de equipamento nas costas.

Mas valeu muito o esforço, conseguimos chegar inteiros na pousada após realizar o sonho de uma paulista escaladora - abrir um Big Wall, e o projeto de um alpinista carioca - abrir e escalar os três picos mais altos de Pancas, Pedra da Gaveta com 750 metros em 1999/2000, pedra do camelo com 500 metros em 2010 e agora a Pedra da Agulha com 600 metros.

O nome dessa via é Paredão "Bernardo Collares" para que ele seja lembrado sempre nas alturas dos mais belos picos.

imagem6

Gustavo Silvano no cume

p1130940

Claudia Faria em palestra durante Adventure Fair

 



Última atualização ( Seg, 22 de Agosto de 2011 14:15 )
 
Apoio
Divulgação
© 2008 - Brasil Vertical Escalada e Montanhismo