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Escalada da Pedra da Agulha, Pancas/ES: o maior monolito em forma de agulha no Brasil - Página 3 PDF Imprimir E-mail
Escrito por Claudia Faria   
Seg, 22 de Agosto de 2011 13:03
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Escalada da Pedra da Agulha, Pancas/ES: o maior monolito em forma de agulha no Brasil
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imagem5OITAVO DIA: 24 HORAS DE ESCALADA

Saímos às cinco da manhã, nós dois sozinhos em um domingo indo para a maior das aventuras, tentar chegar no cume da agulha pela primeira rota externa, com todos os tipos de dificuldade, sem muita água e comida. Equipamento de dormir apenas para uma pessoa, poucas chapeletas, oito grampos, furadeira com uma bateria e sem material para dormir pendurado. Tínhamos que dar a sorte de encontrar um platô que coubessem os dois. Caso não achássemos um platô, teríamos que ir até o cume, único local abrigado para dormir com segurança. Isso sem contar com o pior de tudo: chuva! Estaríamos presos na parede.

Retiramos a primeira corda fixa da via e levamo-la para cima, a técnica era: um guiava e o outro jumariava com tudo nas costas, uma mochila que pesava uns 40 kg.

A segunda parte da chaminé eram 30 metros na vertical de 6º grau ou mais, inteiramente em fenda e proteção móvel. Se o guia cair, para na cabeça do outro, o lance era muito exposto, até para o segundo ficou duro a escalada, entrar com a metade do corpo na chaminé levando a mochila pesada era quase impossível.

Tivemos que abandonar vários friends nesse trecho para ganhar tempo.

No final do dia, com os últimos raios do sol, conseguimos vencer a chaminé de 60 metros, toda em livre de 6º grau. Batemos dois grampos e uma chapeleta.

"Já noite, fixei uma parada dupla no paredão vertical, o vento já era gelado, estávamos expostos em uma aresta com mais de 400 m de altura. Abrir via a noite, é a coisa mais louca que existe."(Gustavo Silvano)

Gustavo: " toda hora tinha que parar na broca para desviar de enormes blocos soltos nos pequenos platôs existentes. A parada foi feita em um platô com formato de arco que mau cabia nossos pés."

A escalada começou a ficar perigosa, já às 21 horas, Gustavo muito cansado, começou a pedir para deixar todo equipamento na parede afim de ganharmos tempo.

Em uma manobra rotineira, deixou cair um clif, o único que nos restava. Por sorte, uma planta prendeu a peça e ele conseguiu recuperá-la. Seria o fim, sem ela não conseguiríamos progredir um trecho liso que acabara de surgir.

Subimos 600 metros. Eu em um grampo com frio e a Claudia em uma chapeleta com a mochila pesada. Fizemos a última investida.

Bexiga quase estourando com vontade de urinar, o vento gelado, nenhum platô para ficar e muitas rochas soltas pelo caminho.

A noite não tem como ver o melhor caminho. Em uma medida desesperadora, abandonei a furadeira para ficar mais leve, coloquei duas chapeletas e três grampos no boudrie, alguns mosquetões, friends já não havia mais, pois abandonamos todos na chaminé.



Última atualização ( Seg, 22 de Agosto de 2011 14:15 )
 
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