Inúmeros foram os caminhos coloniais q cortaram os vales da Serra do Mar na região sudeste. No Paraná, o "Caminho de Itupava" foi o q mais se destacou das 3 artérias principais q serviam ao agitado comercio entre o planalto e o litoral. Aberto por índios, calçado por escravos e utilizado por bandeirantes e tropeiros, os quase 30km do Itupava se desenham em harmoniosa geografia; partindo dos campos de araucárias do Morro do Anhangava, desce a Serra da Graciosa por monumentos e ruínas históricas, e conclui em Morretes, já na densa e exuberante Mata Atlântica do PE Marumbi.

CHEGANDO NO REFÚGIO
O tempo tava ate q bom qdo eu e a Dri chegamos em Curitiba, as 5:30hrs. Nublado e c/ discretas janelas de ceu azul, era o bastante p/ levantar o ânimo diante da previsão medonha p/ aquele fim-de-semana prolongado. Enqto tomávamos café na rodô, o resto do povo - Fernanda, Carlos e Rodrigo, q tinham vindo de carro à noite anterior - veio ao nosso encontro e partimos meia hr depois, em direção ao Morro Anhangava, localizado no bairro periférico de Borda do Campo. Da avenida na frente da rodo, andamos 3 quarteirões p/ esquerda ate alcançar um posto Texaco. Dobramos à direita e 2/3 quarteiroes depois chegamos no Terminal Guadalupe.

Às 6:30, tomamos o circular "4 Barras" e enqto nos distanciávamos do cto da capital parananense, fomos animadamente "farofando" no busao em pleno movimento, complementando o mirrado café c/ paes, salames e provolones. Já no Terminal 4 Barras, as 7:30 (e 35km depois), tomamos o circular "Borda do Campo" q nos levaria ao bairro homônimo, já ao pé da serra, onde chegamos quase meia hora depois. No pto final desembarcamos junto c/ uma galera jovem q tb aproveitava aquela manha promissora de sábado p/ trilhar o Itupava, cujo inicio ta proximo dali. Da estradinha tb se alcança o Anhangava, visível e imponente, bastando subi-la serra acima. No entanto, como nossa programação p/ aquele dia consistia em exploração do Morro e trilhar o Itupava só no dia sgte, buscamos o Refugio 5.13 p/ deixarmos as coisas. Voltamos a estradinha um tanto ate chegar no Mercadinho Astro, de onde sai uma paralela q acompanhamos ate o fim. Daqui se desce p/ esquerda ate o final, já por estrada de terra em meio à mata. Ate aqui praticamente se atravessa o povoado todo, onde se percebe a simplicidade e humildade das pessoas pelo olhar curioso q lancam sobre nos. Chegando, enfim, na Rua Anhangava, basta subi-la sentido serra, passando por bosques de araucárias salpicados de casinhas de alvenaria de arquitetura típica sulista, com típica elevação q a separa do solo e sua tradicional chaminezinha fumegante.

As 9hrs fomos recebidos no Refugio 5.13 pelo Alex, um alemãozinho tatuado gente boa, q alem de nos mostrar o local nos forneceu infos de trilha. O 5.13 é pto de apoio ideal p/ montanhistas q pretendem explorar/escalar o Anhangava, e tem aquele clima tipico de albergue: tem amplo gramado p/ camping, dispõe de muro de escalada, cozinha comunitária, quartos coletivos, etc. Menção honrosa pra decoracao externa, c/ botas de caminhada penduradas servindo de vaso p/ plantas!

DILÚVIO NO ANHANGAVA
Devidamente instalados, as 10:45 partimos decididos p/ morro propriamente dito, bastando apenas seguir pela estradinha principal serra acima. Com o tempo nublado claro, abafado, quente e embalados pelo trincado metálico das arapongas, serpenteamos pela estrada de terra, sem entrar nas poucas propriedades particulares q há nas bifurcações, todas sinalizadas. Meia hora depois alcançamos duas entradas (com portões metálicos) quase se cruzando, onde uma placa bem no meio indica o inicio da Trilha Principal p/ morro.

A picada sobe suavemente em meio à mata fechada, q vai aos poucos tendo seu tamanho reduzido a medida q ganhamos altura, tais como bambus, arbustos, samambaias e painas. A trilha - basicamente um chão de terra ancorado por degraus de pedras colocadas p/ conter a erosão - lentamente vai se tornando íngreme, exigindo o auxilio das mãos nos lances de escalaminhada, onde escadinhas metálicas estrategicamente instalados auxiliam nesse propósito.

Meia hora do inicio saimos da mata arbustiva, passando a subir espremidos por enormes paredes rochosas, onde há gente rapelando. Aqui há inúmeras grutas formadas pelo ajuntamento de pedras gigantescas desmoronadas, algumas com seu interior aconchegantemente refrescante. Contornado este primeiro lance de muralhas e subir um lance de escadas na vertical, vem um extenso trecho lajotado e aderencias de pedra em meio a campos de altitudes. O sentido é obvio, mas mesmo assim há marcações em branco nas rampas rochosas.

E as 12:30 alcancamos o alto dos 1420m de puro granito do Nhãnha, como é carinhosamente chamado pelos locais. Do alto temos vista privilegiada dos gdes maciços da Serra do Mar: a leste o Cjto Marumbi está coberto pelas nuvens; e a nordeste, a silhueta recortada da Serra do Ibitiraque, onde o PP desponta como uma ilha sobre um tapete branco. Alem de entrada da Serra do Mar, o Anhangava (Pedra da Santa, em tupi) é pto de referencia do montanhismo tupiniquim por ser berço da escalada em rocha, tanto q atletas renomados moram nas proximidades.

Após descansar, beliscar algo e notar q nuvens sinistras se avizinham sorrateiramente, descemos pela "Trilha da Asa Delta", picada menos íngreme q segue a crista da Serra da Baitaca por outra encosta e passa por uma pista de pouso de asa delta, visível do alto como a única gde clareira no meio da mata. Andorinhões dão rasantes por nossas cabeças p/ logo depois se perderem em meio a neblina, q agora impede qq possibilidade de visu. Rafagas de vento sacodem a montanha, q ate entao estava envolta na calmaria do calor abafado, mas bastou ouvir - ao longe - o ronco de trovoes q apressamos nosso ritmo. Ao passarmos um riachinho, a trilha dá de encontro com uma estradinha maior, onde dobramos p/ direita. Porem, após quase 100m na estrada, tomamos uma discreta picada q entrava na mata (à direita) e ia de encontro a uma pequena cachu formada pelas varias quedas dagua despencando de uma de lajotas empilhadas do rio anteriormente mencionado. E enqto eu e o Rodrigo nos refrescávamos no poço ao pé da cachu, o resto do pessoal se protegia na vegetação dos primeiros pingos q começavam a cair.

Mas foi qdo retornamos p/ estrada q o dia tornou-se noite e o céu desabou; caiu um dilúvio torrencial inipterrupto, com direito ate granizo! Como "quem ta na chuva é pra se molhar", não nos restou opcao senão continuar caminhando completamente encharcados pela estrada torcendo p/ nos levar de volta ao refugio. Passamos pela rampa de asa delta e entrarmos novamente na mata, onde andamos por um tempo. O temporal abrandou um pouco, parecendo dar uma trégua, mas voltou logo depois, porem mais brando. A estrada - q parecia um riacho - nos levou a outra maior, onde viramos p/ esquerda e após mais um tempo, chegamos na estrada do camping , onde chegamos exatamente as 15:30 parecendo pintos molhados.

Como era de se esperar, as barracas estavam semi-alagadas e flutuavam não num gramado e sim num brejo. Porem, mais q inundar as barracas, o estrago maior estava no ânimo do pessoal, pois na sequencia todos preferiram fazer uso do alojamento coletivo e já pensavam em retornar o dia sgte. Exceto eu, claro! O resto da tarde nos resignamos a permanecer enfurnados, preparando a janta, conversar c/ a Dani e o Xicao (donos dali) e tagarelar futilidades, enqto la fora o mau tempo não prometia melhora alguma. Como éramos os únicos ali ficamos bem a vontade, mesmo qdo a noite chegou, conversando ate altas horas e contando aqules típicos "causos de arrepiar", q geralmente não passam de lorotas p/ boi dormir..Qdo deu quase 20hrs e bastante sonolento, voltei p/ barraca - impregnada daquele "cheiro-de-cachorro-molhado"- me acomodei nas partes secas e dormi feito pedra, mas não sem colocar um reforço de lonas plásticas no sobreteto. Praticamente choveu a noite toda, porem com menos intensidade e força q ocorrera naquela tarde.

ITUPAVA: DA BAITACA AO MARUMBI
Levantei sentindo os pés úmidos, as 6hrs, já arrumando as coisas qdo clareou definitivamente. Não chovia mais, porem o tempo continuava nublado e agourento, impedindo qq visu do Anhangava. Me despedi do pessoal - q decidia se fazia o passeio de trem ou se ia p/ shopping em Curitiba - e parti as 7:15, ao encontro do meu colega do CPM, q tb tava resoluto a fazer o Itupava fosse com sol ou chuva. Voltei ao pto final do bus "Borda do Campo" onde aguardei meu amigo no 1º circular do dia, e logo tornou a chover, desta vez uma breve pancada.

Assim q o Guilherme Zum chegou nos pusemos a caminhar oficialmente, as 8:30. Do pto, onde há tb uma placa ilustrativa do Itupava, continuamos pela estrada de terra como se fossemos pro Anhangava. "Piazada, hj vai ter chuva tb!!", ouvimos alguém nos avisar de um bar. Pois bem, logo chegamos num local onde há uma pedreira à direita. A trilha parte um pouco mais adiante, próxima da estrada. Neste trecho inicial andamos atraves da mata por picada de terra obvia, subindo e descendo suavemente. Algumas bifurcações aparecem no caminho, mas basta continuar pela trilha principal e mais batida. Muitos brejos e córregos (Rio Boa Vista) são transpostos por pinguelas, boa parte delas bem rústicas; na ausência das mesmas, o jeito é saltar de pedra em pedra. Imperceptivelmente, ganhamos altura a medida q atravessamos a Serra da Baitaca. Qdo alcançamos o alto, num raro trecho aberto, podemos constatar claramente q vamos contornando o Morro Anhangava pela direita; a esquerda, se a neblina permitisse, teríamos uma vista privilegiada do Morro Pão-de-Ló, outro cartão-postal da região.

Apenas 50min depois é q comeca a surgir o calçamento original na mata fechada. Feito de pedras irregulares e cobertas de limo, o caminho fica terrivelmente escorregadio qdo úmido, tanto q tb é chamado de "Trilha do Sabão". Logo vem uma suave descida q dura um bom tempo, assim como mais córregos (Rio Piramirim). O silencio é rompido apenas pela animada conversa, q se funde c/ o som dos rios e passaros escondidos na mata, onde tb um apito de trem eventualmente indica q estamos próximos de alguma linha férrea. Alguns troncos e enormes bromélias caídas apenas servem de obstáculos naturais a transpor neste trecho nada cansativo.

As 10:30 a trilha encontra as margens do enorme Rio Ipiranga, e continua claramente do outro lado. Porem, as chuvas haviam elevado consideravelmente o volume das águas, sendo arriscado demais tentar cruza-lo no peito. Tomamos uma picada à direita (sinalizada por fitas vermelhas) q sobe e acompanha o rio atraves de muito brejo e lama, ate alcançar uma clareira onde havia gente acampada. Do lado, o riodespencava na forma de uma larga cachu numa enorme piscina natural! Daqui, a picada subia ate as escadarias do q sobrou de uma antiga roda dágua, ao lado da enorme cachu. Muitas fotos pq o visual daqui é espetacular! Da roda dágua bastava cruzar o furioso rio, no alto da cachu, por uma "ponte" q consistia em apenas 3 vigas de aço!! Olha, cruzar aquilo ali foi punk: embora o recomendavel não seja olhar p/ baixo, isso é impossível na ausência de corrimão, pois se vc não olha onde pisa corre o risco de cair na cachu! Já do outro lado (ufaa!), bastou subir o resto das escadarias q levam ate a linha do trem, onde tomamos à esquerda e logo estamos na Casa do Ipiranga, monumento em ruínas do q sobrou de uma casa q era refugio/lazer p/ engenheiros da ferrovia no passado. Atrás da casa, do lado do q restou de uma piscina (!?), achamos o lance de escadas q vai de encontro com a continuação da trilha, caso tivéssemos cruzado o rio com água no peito. Pausa p/ descanso e lanche as 11:30, com tempo nublado claro, abafado e quente.

Retomando a pernada, cruzamos os trilhos q o caminho segue em aclive, mata adentro, primeiro em meio a denso bambuzal p/ depois descer continuamente a encosta por uma vala erodida repleta de cascalho, ora tomada por brejo ora por um corrego. Saltando pedras, atravesso um pequeno rio p/ outra vez subir em forte aclive pela trilha lajotada, e desce-la novamente por um tempo ate outro curso dagua maior, q desta vez é transposto engatinhando num tronco repleto de limo. Uma linda cachoeira é avistada daqui, rio acima, despencando por entre lajotas de rocha sobrepostas. Do outro lado do rio vem outra breve subida, seguida de um prolongado declive onde, aos ziguezagues pela "calçadinha", descubrindo na pratica o pq do nome "Trilha do Sabão"; felizmente a mochila amorteceu boa parte dos tombos cinematograficos de costas q tomei. Aqui é curioso ver como as raízes das arvores invadem o caminho e ver - atraves das janelas da farta vegetacao - a neblina tomar conta da paisagem da serra aos poucos. Assim, após descer por escadas metálicas o trecho + íngreme da trilha, atravessamos a linha do trem e, do outro lado, chegamos as 14hrs ao Santuário de Nossa Sra do Cadeado, a padroeira dos ferroviários, onde descansamos um pouco.

O local por si merece cliques, repleto de jardins de hortênsias e com visao privilegiada da baia de Paranaguá, hj ocluida pela neblina. Mas o descanso é breve, uma vez q o vale vai ficando cada vez sombrio e agourento, envoltos por grossas nuvens escuras e uma incipiente garoa. A trilha continua abaixo do santuário e desce atraves do tapete verde da densa e exuberante Mata Atlântica, alternando calcamento original e trilho de terra ate nivelar de vez, la embaixo. Ainda na mata e por trilha cada vez mais larga, atravessamos o Rio São João (ex-Itupava, q empresta seu nome ao caminho) e o Rio Taquaral quase q seguidamente, por pontes restauradas enormes. Um pouco mais adiante alcançamos a estrada de terra, q em tese seria o final da trilha, as 15hrs.

Fim da trilha mas não da caminhada, e subindo a estrada por meia hora c/ a chuva fustigando o rosto, chegamos na Estação Engº Lange. Cruzamos o trilho do trem e adentramos brevemente pela mata p/ sair novamente no trilho do trem, mais acima. Tomamos p/ direita, acompanhando o trilho do trem, q logo é cruzado e subimos por nova picada, a Trilha do Antoninho, por um bom tempo em meio a mata. Andando por calçamento ornado de belos canteiros de marias-sem-vergonhas e hortensias, irrompemos na Estação Marumby, as 16hrs, onde paramos sob a marquise p/ nos proteger do aguaceiro q despencava sobre nos. La ficamos um tempo, junto dos poucos turistas - q lamentavam ter vindo - q aguardavam o trem de Morretes.

Não tardou ao trem chegar e me despedi do Zum, q devia retornar p/ Curitiba. A vila do Marumbi (montanha azul, em tupi) parece aquelas cidades de filme de faroeste, cortadas ao meio por uma linha de trem. Numa das casinhas dispostas lado a lado conversei com os guarda-parques, enrolando ate a chuva dar trégua p/ poder montar barraca no camping vazio. Em ultimo caso, minha ideia era acampar abaixo da marquise da estação, na laje mesmo. Felizmente, o pessoal do parque se "sensibilizou" c/ o único e corajoso (e doido) mochileiro q teve peito de ir ate lá naquelas condições meteorológicas adversas, e gentilmente me cedeu a chave de um refugio q tava vazio, so me pedindo pra ter cuidado c/ uma jararaca q costumava dar as caras na cozinha e varias armadeiras q haviam na mobília empoeirada!Subindo pela Noroeste logo cheguei no tal refugio, q tava em reforma e não tinha nem água nem luz. Mas como a "cavalo dado não se olha os dentes", aquilo tava ótimo! Como já escurecia, espalhei velas no recinto pra não pisar na peçonhenta e preparei minha janta no fogão. Deixei as coisas no térreo e fui deitar no 2º andar, q nada mais era um porão baixo com um compensado servindo de chão, e embora houvessem vários colchões disponíveis, não abri mão do meu saco de dormir. A noite chegou e dormi muito bem, indiferente ao som do aguaceiro la fora, do som intermitente dos sapos e de vorazes pernilongos, do eco de novas corredeiras e riachinhos na mata e dos apitos estridentes do trem passando pela estação, q chegavam a estremecer as estruturas do refugio.

PORTO DE CIMA, MORRETES E A VOLTA
Amanheceu na segunda-feira e ainda chovia , mas mesmo assim tomei café e arrumei as coisas pra zarpar. Como já conhecia o Marumbi de outros carnavais e o tempo não permitia qq exploração, parti as 6:15 pelo mesmo caminho q viera. Devolvi a chave e agradeci a gentileza do refugio, enqto a neblina matinal conferia àquela estação no meio da serra um ar ate lúdico. Dei um rápido rolê na Pda Lascada e no Cemitério de Grampos, atrações próximas, e na sequencia tomei o caminho de volta, pela Trilha do Antoninho. Dali ate a estrada foi um piscar de olhos, já com a chuva dando uma trégua. Porem, a pressa e a desatenção fizeram com q tivesse o pior (e + estúpido) tombo na trip, ironicamente, no local mais improvável p/ isso. Ralei joelhos, canelas, mãos e desloquei o dedão esquerdo da mão, afim de proteger o rosto do chão cascalhado. Paciência, faz parte!Assim, desci suavemente a estrada de terra durante um tempao, passei novamente pela saída do Itupava e pela entrada da Usina, perdendo rapidamente altitude. A descida termina qdo a estrada nivela no inicio (ou final?) da Estrada das Prainhas, q acompanha o caudaloso Rio Nhundiaquara (buraco de peixes, em tupi),e onde uma pinguelinha bem rústica nos levaria ate o Salto dos Macacos.

A caminhada pela estradinha é entediante, principalmente pq não se cruza com alma viva, embora aqui já hajam dispersas algumas casas, pousadas e ate um santuário, q vivem das praias fluviais do rio, onde tb se pratica bóia-cross. As 8:45 e 10km depois, alcanço Pto de Cima, pequeno vilarejo q beira o asfalto.Sem perspectiva de bus e remota esperança de carona, andei os 7km restantes ate Morretes praticamente em linha reta, onde cheguei as 10hrs. Dou uma ultima olhada p/ tras e me despeço das montanhas da Graciosa, envoltas em véus de neblina. Cruzo a pacata cidade, q já foi importante cto comercial mas q decaiu em decorrência da estrada de ferro e hj vive do cultivo de banana. Garanti minha passagem p/ capital parananense e mandei ver um "barreado"- prato típico q é uma carne cozida em panela de barro e servida c/ arroz, farinha de mandioca e, claro, banana - e varias "Pils", a breja local. 12:30 parti p/ Curitiba embalado numa boa soneca, onde mal cheguei e tive a sorte de tomar o busao das 14hrs, q recém saia p/ Sampa, onde cheguei as 19hrs.

Se o nome Itupava (rio despenhado de pedras, em tupi) remete às barreiras de taxacao localizada à margem do atual Rio São Joao, conta a tradição q o caminho fora aberto por índios q perseguiam uma anta durante dias, pra somente depois, ironicamente, esta mesma trilha ser utilizada pra caçá-los. Independente disso, sejam índios, mineradores, bandeirantes e tropeiros q andaram por esta picada ao longo destes 3 seculos, hj são os andarilhos q buscam estas veredas em busca de aventura, lazer e historia. Os propósitos mudaram, mas os caminhos da Graciosa continuam iguais: servem, acima de td, p/ ainda descortinar riquezas.

Por Jorge Soto
______ Designer por profissao
______ Montanhista e trekker por paixao
______ Mochileiro nas horas vagas
______ jorge_beer@hotmail.com

 


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Acima: Capela Nossa Senhora do Cadeado — Esquerda: Decoração Original do Refúgio

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ITUPAVA: O CAMINHO DO MAR
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