porcentagem de gordura corpórea),
com massa muscular mais desenvolvida ou com o glicogênio muscular excepcionalmente
“lotado” no citosol dentro da célula muscular, como já
dito, é apenas uma fase de manutenção.
Já na fase de competição o atleta já recorre a
alimentação para atingir com mais eficiência seu objetivo
em determinada data. Esta fase se inicia juntamente com a fase de “polimento”
no treinamento do atleta, este tempo varia de acordo com a modalidade e o
objetivo do atleta, por exemplo: Atletas que querem perder peso iniciam uma
alimentação especial por volta de 20 a 30 dias antes da data
do evento, para “secar” inicia-se uma semana antes uma alimentação
restritiva, e para chegar à data do evento com o glicogênio muscular
“lotado” é comumente utilizada a dieta de supercompensação,
que é aconselhável somente para provas de endurance como provas
de corrida de fundo ou ciclismo de estrada por exemplo. Esta dieta é
iniciada uma semana antes da data estabelecida, o atleta diminui gradualmente
o carboidrato da alimentação, isto do sexto ao terceiro dia
que antecedem o evento, assim, como forma de adaptação e sobrevivência
o organismo aumenta e muito a capacidade de absorção da glicose,
e nos dois dias anteriores ao evento o atleta muda radicalmente para uma dieta
hiperglicídica, ou seja, rica em carboidrato, com isto, o carboidrato
que foi ingerido em grandes quantidades é ainda absorvido em grandes
quantidades e conseqüentemente armazenado em maior quantidade no músculo.
Mesmo tendo alguns estudos que comprovam em biópsia muscular um aumento
de 100% do glicogênio muscular (passando do comum de 400g para 800g
de glicogênio muscular do atleta) esta estratégia ainda é
bem discutida na prática considerando o risco de lesão e estresse
emocional e fisiológico do atleta na fase pré-competição,
mas com a dieta de supercompensação ou não, o atleta
deve ingerir uma quantidade alta de carboidrato nos dias anteriores ao evento
e sempre se hidratando muito bem, pois o glicogênio muscular (e também
hepático) é constituído em grande parte por água,
sem a ingestão adequada dela a formação do glicogênio
ficaria limitada.
Durante as atividades a maior preocupação nutricional é
em relação à hidratação. Em atividades
intervaladas de força, como por exemplo, lutas ou musculação,
a hidratação pode ser feita sem problema durante as pausas de
alguns minutos, mas em atividades de resistência fica mais difícil
a ingestão de água justamente pela ininterrupção
da atividade, e em dias mais quentes a hidratação torna-se um
ponto ainda mais importante, já que obviamente temos uma transpiração
mais freqüente. Na pratica é muito comum ver desportistas e atletas
resistirem à ingestão de água durante a atividade, pois
relatam queixas de mal estar, pausa da freqüência respiratória
e até falta de sede, mesmo tendo transpirado até 1800ml em 1h.
Para recomendações de suplementos de carboidrato ou bebidas
isotônicas durante a atividade seria necessário avaliar individualmente
o caso, mas de uma maneira geral, só é realmente necessário
em casos de atividades intensas e com mais de 1h de duração
e em casos extremos, como por exemplo, de ultramaratonas, é até
necessário as vezes uma suplementação de sais (sódio,
potássio e cálcio).
A refeição após a atividade física também
é de extrema importância, é dela que vamos retirar os
nutrientes para uma recuperação muscular rápida e eficiente.
Uma grande informação que temos é sobre a chamada “janela
da recuperação” onde o corpo está no auge da necessidade
de carboidrato para a reparação de todas as micro lesões
musculares, nesta fase todas as enzimas e hormônios estão em
vantagem para uma recuperação muscular muito mais rápida
e eficiente e esta janela dura 20 minutos a partir do término da atividade.
Por isso, seja qual for a modalidade do atleta, é importantíssimo
(as vezes até essencial) uma rápida reposição
de carboidrato, o ideal seria um gel de carboidrato, pois já está
na constituição e diluição certa para ser ingerido.
Mas só isso não é o suficiente, quando chegar em casa
coma uma refeição leve, mas contendo carboidratos e proteínas.
E lembre-se, as proteínas NÃO exercem nenhuma de suas funções
se não houver o carboidrato.
Bom apetite e bons treinos.
César
Grosso
______ Escalador - Bi-Campeão Brasileiro
de Escalada Esportiva 2003/2006
______ Nutricionista – Criador do Sistema
CNutri de Alimentação Inteligente
______ Colunista e colaborador do site www.brasilvertical.com.br
______ cesargrosso@bol.com.br